Juros altos afetam ETFs de renda variável

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Juros altos afetam ETFs

Os juros altos afetam os ETFs de renda variável e os ativos de risco, avaliou Pedro Rudge, diretor da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em entrevista coletiva concedida em 8 de novembro de 2024.

“A previsão é de mais um aumento na taxa de juros até o final do ano, então a expectativa que os fundos de renda fixa mais conservadores continuem sendo atrativos e atraindo recursos”, afirmou.

Por outro lado, o diretor da Anbima considerou que existem algumas medidas que poderiam ou que podem fazer com que o investidor ganhe um pouco mais de confiança e queira ou se sinta mais confortável em aumentar o risco. “Está aí o pacote do governo de contenção de gastos e seria uma coisa nessa direção”, disse.

“Então, apesar da gente ter sim um nível de taxa de juros alta e a expectativa de subir ainda um pouquinho mais, uma melhora do ambiente ou de uma expectativa do ambiente fiscal poderia trazer uma certa demanda maior para ativos um pouco mais arriscados, porque o preço deles está bastante atraente ou tem um potencial de valorização interessante”, afirmou.

O diretor ressaltou que nesse ambiente atual, os fundos de renda fixa simples devem continuar atraindo investidores e recursos.

Sobre a expectativa para os fundos de investimento nas cadeias produtivas do agronegócio, Pedro Rudge disse que não identificou um movimento grande com um impacto de crédito sobre os fundos mais relevantes.

“Está certo que um ou outro fundo tem uma exposição um pouquinho maior sobre uma empresa. Eu acho que isso acaba sendo um pouco parte do investimento, porque todo crédito privado tem um risco maior ou tem um risco e às vezes a coisa pode não ir na direção esperada”, comentou.

Quanto ao cenário para ETFs de renda variável, Pedro Rudge afirmou que num ambiente de juros mais alto, o investidor, no primeiro momento, não tem tanto apetite ao risco.

“Temos visto uma certa concentração nos produtos mais conservadores, os investidores saindo de multimercados, ações, ETF de ações, para justamente se beneficiar desse ambiente de juros mais alto, onde ele consegue aferir uma rentabilidade bastante interessante”, disse.

Ele concluiu que nesse ambiente de uma certa incerteza, o investidor tem preferido concentrar o seu portfólio em ativos mais conservadores e de menor volatilidade.

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Comunicado da Anbima divulgado em 8 de novembro de 2024:

Os fundos de investimento registraram captação líquida positiva de R$ 245,3 bilhões de janeiro a outubro de 2024, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O resultado é o segundo melhor nos últimos cinco anos, atrás somente de 2021, quando a captação atingiu a marca de R$ 427,5 bilhões neste mesmo período.

A captação positiva foi impulsionada pelos fundos de renda fixa, que registraram entradas líquidas de R$ 312,4 bilhões no ano até outubro, ante resgates de R$ 41,5 bilhões no mesmo período do ano passado. O destaque dessa categoria são os fundos de renda fixa que investem em crédito privado. Entre janeiro e agosto, eles acumularam captação líquida positiva de R$292,5 bilhões, sendo que a maior parcela (R$ 94,3 bilhões) foi direcionada para os fundos que alocam entre 50% e 70% nesse tipo de ativo.

“A renda fixa tem sido o principal motor da recuperação da indústria de fundos em 2024, e esse movimento tende a continuar diante da perspectiva que a Selic possa chegar a 11,75% até o fim do ano”, afirma Pedro Rudge, diretor da ANBIMA. “A taxa, elevada em comparação com patamares históricos, torna os fundos de renda fixa atraentes, especialmente para os investidores que buscam segurança”, complementa.

Entre os multimercados, os resgates ainda predominam e em maior intensidade em comparação com o ano passado. De janeiro a outubro de 2024, as saídas líquidas foram de R$ 235,6 bilhões, ante retiradas de R$ 69,5 bilhões no mesmo período de 2023. O número de fundos multimercados também caiu nos últimos 12 meses, passando de 13.845 para 12.476, uma queda de 9,9%.

“Os multimercados continuam sofrendo resgates significativos e, nesse cenário, é natural que as gestoras revisem suas estratégias e a decisão de manter esses fundos em suas prateleiras. A redução no número de multimercados também pode ser explicada pelo movimento de transformação desses fundos em outros tipos após a edição da Lei 14.754, que alterou a tributação dos fundos fechados”, afirma Rudge.

Já os fundos de ações exibem captação líquida positiva de R$ 379 milhões nos dez primeiros meses do ano, frente a saques de R$ 26,7 bilhões em igual intervalo de 2023. Nos últimos doze meses, o PL dessa categoria cresceu 22,9% e o número de fundos, 11,2%. 

Rentabilidade

Na classe de renda fixa, entre os fundos mais representativos em termos de captação, os do tipo duração baixa crédito livre (que podem manter mais de 20% de seus investimentos em títulos de médio e alto risco de crédito) apresentam os melhores resultados. Eles acumulam uma rentabilidade de 9,81% no ano até outubro, superando a taxa DI do período, de 8,94%.

Entre os multimercados, o maior retorno foi obtido pelos fundos do tipo investimento no exterior, que alocam mais de 40% do patrimônio líquido em ativos financeiros fora do país. Eles registraram uma rentabilidade de 9,36% entre janeiro e outubro deste ano, superando o IHFA (Índice de Hedge Funds ANBIMA) no período. Os fundos de ações desse mesmo tipo também se destacaram, exibindo um retorno de 5,94%, acima do Ibovespa, que desvalorizou 2,24%.

Adaptação à Resolução 175

Os meses de outubro e novembro foram marcados por duas importantes fases de adaptação da indústria à Resolução 175. Em 1º de outubro, entrou em vigor a adoção de classes e subclasses pelos fundos de investimento. Já em 1º de novembro, passaram a valer as novas regras de transparência na remuneração dos prestadores de serviços de fundos.

Até outubro, 4.793 fundos haviam se adaptado à nova regulação e outros 3.713 foram criados já seguindo a regra, totalizando R$ 2 trilhões de patrimônio líquido. Isso significa que 27% do total de fundos da indústria já adota requisitos da Resolução 175. Considerando essa amostra, os multimercados aparecem na liderança, com 3.097, seguidos dos fundos de renda fixa (1.465), FIDCs (1.441), de previdência (1.001), de ações (951), FIPs (361), FII (177), ETF (8) e cambial (5).

Dos fundos novos ou adaptados, mais da metade (60%) informa a possibilidade de investir em ativos estrangeiros. Do total de fundos que contam com essa previsão, 54,7% podem investir a totalidade de seus recursos fora do país – a Resolução 175 autorizou que fundos para varejo aloquem até 100% do seu patrimônio no exterior, desde que sejam cumpridos determinados requisitos.

Já 61,5% dos fundos novos ou adaptados são destinados a investidores profissionais (aqueles que têm mais de R$ 10 milhões em aplicações) e 65% declaram ter responsabilidade limitada do cotista, que garante que os investidores não sofram perdas financeiras além do montante que investiram. 

Fontes de conteúdo: Anbima e Pedro Rudge, diretor da Anbima

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