Previsão do IPCA para 2024 supera teto da meta do BC

Previsão do IPCA para 2024

Previsão do IPCA para 2024 sobe para 4,55% e supera teto de 4,50% da meta do Banco Central, segundo pesquisa Focus divulgada hoje (28/10).

Estimativa para o câmbio avançou de R$ 5,42 para R$ 5,45 para o final de dezembro. Projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 3,05% para 3,08%.

Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) substituiu a bandeira vermelha pela bandeira amarela para novembro diante do maior volume de chuvas. Com isso, a conta de luz ficará menor em novembro para todos os consumidores, e ajudará no controle da inflação no final do ano.

Veja a repercussão da nova Previsão do IPCA na Pesquisa Focus do Banco Central:

“É a quarta semana seguida de aumento do IPCA, e de aumentos significativos, saindo de 4,37% há 4 semanas atrás para 4,55% hoje, se sobressaindo e estourando o teto da meta da inflação. Dólar também segue subindo e pressionando, assim como a curva de juros. Prevendo que a Selic deverá subir de forma mais agressiva, e o poder de compra do brasileiro deve ser afetado, a popularidade do governo Lula tende a ser impactada. Considerando também que nas eleições municipais tivemos uma má performance do PT diante dos resultados de eleitos, o governo deve se sentir pressionado e tomar providencias reais sobre a revisão dos gastos”, afirmou Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.

“O Boletim Focus desta semana indica uma pressão inflacionária persistente, com expectativas de inflação acima do teto da meta para 2024. Esse cenário sugere que o Banco Central pode manter uma postura conservadora, evitando cortes agressivos na Selic. Para a economia brasileira, isso implica um custo de crédito elevado, dificultando o consumo e os investimentos. No setor de serviços, a persistência de uma inflação alta e a Selic elevada pressionam ainda mais os custos operacionais e limitam o potencial de expansão, afetando o crescimento e a recuperação econômica de forma geral”, disse Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.

“Como investidor focado em negócios e equity, o aumento das expectativas de inflação acima da meta reforça a necessidade de cautela. Passamos as eleições, agora é hora para o cenário de ajuste fiscal ser mais concreto para inspirar confiança e sustentabilidade no longo prazo. Sem essas medidas estruturais, o risco é de uma economia instável e juros persistentemente altos, que dificultam o crédito e travam o crescimento. Aceitar o aumento como normal é perigoso; sem reformas sólidas, há uma chance real de uma espiral inflacionária, o que impactaria diretamente investimentos e valuation das empresas.”, afirmou João Kepler, CEO da Equity Fund Group.

“O Boletim Focus divulgado trouxe revisões significativas que acendem um sinal vermelho quanto ao IPCA de 2024, sugerindo uma recorrência crescente de inflação acima da meta. Este cenário impõe um desafio adicional ao Banco Central, que já começou à elevar elevou a Selic e pode precisar de ajustes adicionais caso a trajetória de alta da inflação se consolide, obrigando o COPOM a manter um comportamento restritivo. Para investidores, essa expectativa reforça uma posição cautelosa em ativos de renda fixa atrelados à inflação ou ao próprio CDI e sugere monitoramento mais atento para a volatilidade em renda variável, especialmente setores mais expostos à pressão inflacionária”, disse Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.

“O Boletim Focus aponta que o mercado financeiro está projetando uma inflação de 4,55% para o ano de 2024, no limite superior da meta estabelecida pelo governo, que varia entre 1,5% e 4,5%. Esse aumento na estimativa reflete uma pressão inflacionária que vem se intensificando nas últimas semanas devido a fatores internos e externos, como o aumento nos preços dos alimentos e combustíveis, além da persistência de altas taxas de juros internacionais. Essa projeção indica que o país pode enfrentar um desafio significativo no cumprimento das metas de inflação, o que pode forçar o Banco Central a manter uma postura conservadora em relação à política monetária, prolongando taxas de juros elevadas. Isso impacta diretamente o custo do crédito e o consumo, gerando um efeito cascata sobre a economia. A estratégia para controlar esse cenário pode envolver políticas de austeridade fiscal combinadas com medidas para incentivar o aumento da produtividade e o investimento em setores estratégicos, como infraestrutura e tecnologia. Além disso, a estabilidade política e a gestão eficaz da dívida pública serão cruciais para criar um ambiente econômico mais previsível e atrair investimentos. A meta do governo e do Banco Central deve ser manter a inflação dentro da banda estabelecida, sem comprometer o crescimento econômico, o que pode exigir ajustes na condução da política fiscal e monetária”, afirmou Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest.

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Notas de mercado

Aqui no Grana News, você terá informações sobre os principais assuntos da bolsa brasileira (B3), de acordo com relatórios de mercado.

Prio (PRIO3), Brava Energia (BRAV3) e PetroReconcavo (RECV3)

Preço do petróleo do tipo Brent (do Mar do Norte) cai para patamar de US$ 71 por barril, e o tipo WTI (do Texas/EUA) recua para faixa de US$ 67 por barril após ataque de Israel ao Irã se concentrar em alvos militares.

Petrobras (PETR3/PETR4)

Conselho de administração da Petrobras aprovou no seu plano de investimesntos a inclusão da retomada da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), em Três Lagoas (MS).

Azul Linhas Aéreas (AZUL4)

Azul Linhas Aéreas captou US$ 500 milhões em recursos via emissão de dívida após acordo com credores.

JBS (JBSS3)

JBS irá trocar US$ 2,5 bilhões em bonds, segundo registro na SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA.

Vale (VALE3)

Vale anunciou Marcelo Bacci como novo vice-presidente de finanças e relações com investidores. Bacci deixou a posição de CFO da Suzano, onde será substituído por Marcos Assumpção no cargo.

Preço do minério de ferro sobe 2,5% em Singapura (Ásia), a US$ 103,65 por tonelada.

BHP (BHPG34)

Acordo com BHP, Vale e Samarco para R$ 170 bilhões de indenizações pela tragédia de Mariana (MG) no Brasil deve impactar ações de empresa britânica.

Indústria na China

Lucros da indústria chinesa recuaram 27% em setembro, maior baixa mensal de 2024. No acumulado de 9 meses do ano, a baixa foi de 3,5%.

Política fiscal no Japão

Reorganização política no Japão complica as perspectivas do banco central japonês (BOJ) e da política fiscal na potência do oriente.

Fontes de conteúdo: Ágora, Avenue, B3, Bradesco, BTG Pactual, CVM, Itaú, Genial, Santander, Terra, Toro e XP.

Edição de texto: Ernani Fagundes, jornalista especializado em informações econômicas, financeiras e de mercado de capitais.

O Grana News é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).