Renda fixa ganha espaço na Bradesco Asset

Renda fixa ganha espaço na Bradesco Asset

A renda fixa ganha espaço na Bradesco Asset, segundo o CEO da gestora, Bruno Funchal, em entrevista coletiva sobre o lançamento do BINC11, fundo de infraestrutura listado hoje (15/10) na B3.

“O mercado de renda fixa ganha cada vez mais atratividade. Provavelmente em 2025, com algo muito similar ao que vimos nesse ano (2024).

Mas Funchal ponderou que todo esse cenário de juros altos na renda fixa depende do governo e de seu controle das contas públicas.

“Agora, isso tudo depende de nós, nós enquanto sociedade, do governo especialmente. Então, assim, isso acaba sendo resultado de políticas. Temos hoje um problema de gasto, de endividamento, e isso é uma das causas da inflação, que é uma das causas do juro alto”, afirmou.

Para que os juros possam cair, Funchal aponta a necessidade de um ajuste fiscal nas despesas obrigatórias do governo. “Depende muito, primeiro, de quão forte, quão relevante é esse ajuste e precisa ser do lado das despesas obrigatórias e como isso vai ser comunicado (pelo governo), qual é a credibilidade que vai ter para endereçar esse problema’, disse.

Condições para a renda variável

Funchal acredita que se o governo realizar o ajuste fiscal das despesas obrigatórias, o cenário ficará mais promissor para renda variável (ações).  

“O governo tendo sucesso nisso (no ajuste fiscal), aí eu acredito num cenário mais promissor. Talvez aí se volta a falar em queda de juros, e também abrir o mercado de ações, então volta até IPO, pode ter rali na bolsa, aproveitando queda de juros internacional. Então, assim, o cenário global é positivo. Está na nossa mão fazer o que precisa ser feito. Então, é isso, fazer o que precisa ser feito. Acredito que a receita é sabida, e comunicar bem”, afirmou.

Risco de crédito na renda fixa

Questionado pelo Grana News, sobre o risco de crédito da renda fixa num momento de aumento de recuperações judiciais no Brasil, Victor Tofolo, head de Gestão de Crédito High Grade da Bradesco Asset Management, respondeu que é preciso ser diligente na escolha dos ativos.

“A gente precisa ser bastante diligente analisando o cenário de ciclo de alta de juros dificulta um pouco o balanço das companhias.  Então, num processo robusto de investimento, se consegue distinguir o que vai ter problema ou não dentro dos cenários. O maior risco em crédito é o default”, afirmou.

Tofolo contou que o cenário agro é muito conturbado, seja por clima, seja por alterações nos preços das commodities, dos insumos.

“Então, ter prudência, fazer uma diligência bem feita, ter equipes parrudas fazendo a formação do portfólio. Hoje somos mais de 22 pessoas trabalhando em crédito, que ajudam a distinguir aqueles papéis piores daqueles papéis que vão conseguir passar por esse momento mais turbulento da economia como um todo”, afirmou.

Cenário para a queda de juros

Bruno Funchal completou que esse cenário conturbado no crédito pode melhorar com um ajuste nas contas públicas.

“Fazer a nossa lição de casa, ou seja, voltar a um processo de ajuste fiscal, seguindo as nossas metas, o arcabouço fiscal, com uma dívida estável, não só vai permitir reduzir juros, e não é juros do Banco Central, não. É juros da curva inteira. A gente está falando de juros de longo prazo, aqui tem empresas de infraestrutura e de projetos, juros de 10 anos, 15 anos. Estamos falando da curva de juros inteira”, explicou o CEO da Bradesco Asset.

Funchal ressaltou que ajuste permite uma queda dos juros não só curto prazo como no longo prazo, o que ajuda a novos negócios, novos investimentos, geração de emprego, geração de renda.

“Mais do que isso, ele traz um refresco para o balanço das empresas. Então, a gente estaria falando de menos recuperações judiciais, menos falências. Acredito que está tudo dentro do mesmo contexto”, afirmou Bruno Funchal.

O executivo completou que o governo precisa mostrar o que quer fazer para ter credibilidade, e que vai endereçar o problema fiscal.

“Com isso acontecendo, o dólar responde bem. É difícil fazer uma projeção de câmbio, mas com o real se valorizando, fortaleceria a nossa moeda vis-à-vis do dólar. Agora, sem uma boa ação, sem credibilidade, sem uma boa comunicação, aí a gente vai continuar com o câmbio desvalorizado e o câmbio continua sofrendo”, disse.

Entrevistados: Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset Management; e Victor Tofolo, head de Gestão de Crédito High Grade da Bradesco Asset Management.

Reportagem: Ernani Fagundes, jornalista especializado em informações econômicas, financeiras e do mercado de capitais.

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